Um cavalheiro, com uma certa idade, bateu à porta do balneário do mulherio. Estranho estarem a bater à porta. Despachada, como sempre, abri a porta. Ao longe, um rapaz tímido desculpou-se e afastou-se. Pensei «Palhaço, mas educado». Apareceu um braço junto da porta, envergonhado. De seguida, o dono do braço: um senhor com os seus sessenta e muitos anos, grisalho, também ele educado. Ficou atrapalhado e perguntou, timidamente, se não havia um cabide a mais. «Há, há! Entre!», disse eu após olhar à minha volta. Atrapalhação ao quadrado. Insisti:«Entre, entre. A outra senhora está vestida e eu não posso largar o secador». Agora sei por que razão ele não queria entrar: se entrasse deixava de estar a olhar para a jovem enrolada na toalha amarela, que segurava o secador de cabelo numa mão e a porta na outra.
Sortudo do homem... já vai viver mais um dia.
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